Olá, Eduardo! Tudo bem?

Acompanhamos o Seminário NTU, que aconteceu nos dias 12 e 13 de agosto em Brasília, e compartilhamos abaixo alguns insights com vocês!

Abraços e obrigada,

Anne Morais e Fernanda Brabo (11) 98919-9892

Seminário NTU: o futuro do transporte público no Brasil depende de união e estratégia

Foto: Robson Cesco

O Seminário Nacional NTU 2025 foi realizado em Brasília, entre 12 e 13 de agosto, reunindo gestores públicos, representantes do setor privado, especialistas e autoridades para discutir soluções e estratégias para o transporte coletivo urbano no Brasil. O debate passou por três frentes: transição energética da frota nacional, a melhoria da qualidade e da inclusão social no serviço, e o avanço da governança com a implementação do Marco Legal. O encontro teve como foco principal fortalecer a cooperação entre diferentes atores do setor, promover políticas públicas eficazes e buscar modelos sustentáveis para ampliar a oferta e a qualidade dos serviços de transporte por ônibus, tendo a tecnologia como parte desse processo.

Durante o evento, foram apresentados dados do Anuário NTU 2025 e debatidas medidas para impulsionar a retomada da demanda e enfrentar desafios estruturais. Entre 2016 e 2024, o transporte coletivo urbano registrou crescimento de 9,8% no número de usuários e de 4,7% nos equivalentes. Comparado a 2020, ano inicial da pandemia, houve aumento de 88,7% e 58,7%, respectivamente.

A demanda atual corresponde a 86% do patamar pré-pandemia. “Uma pesquisa da CNT mostra que 63% dos usuários do transporte público pretendem voltar, desde que as viagens sejam mais rápidas, a tarifa mais acessível e haja informação clara sobre os horários dos ônibus. Estamos trabalhando para viabilizar essa retomada, e cidades como Brasília e Goiânia já recuperaram 100% da demanda após a pandemia”, afirmou Francisco Christovam, diretor executivo da NTU.

O estudo indica que, até maio de 2025, 395 cidades brasileiras adotavam subsídios para o transporte público, incluindo 21 capitais e sete regiões metropolitanas. Atualmente, 32% do custo de operação do serviço é subsidiado, beneficiando 45% da população atendida por sistemas organizados. Entre os municípios, 241 destinam recursos para reduzir tarifas, custear gratuidades, oferecer descontos e integrar sistemas, enquanto outros 154 aplicam subsídios para a tarifa zero — na maioria, de forma parcial, em 72% dos casos, restrita a cidades com até 50 mil habitantes.

Segundo Christovam, “em 2024, tivemos um aumento de 10,3% na oferta de serviços, o que significa mais viagens realizadas. Porém, a renovação da frota ainda é insuficiente: conseguimos apenas manter a idade média dos ônibus em 6 anos e 5 meses. O custo por quilômetro se manteve estável em relação ao ano anterior e a tarifa pública também não sofreu grandes variações. O cenário mostra que, apesar do aumento da oferta, ainda enfrentamos o desafio de renovar a frota diante do aumento constante do custo dos serviços”.

Tecnologias integram o debate

Durante o Seminário Nacional NTU 2025, a tecnologia teve espaço importante nos debates, especialmente nos painéis dedicados à inteligência artificial e à inovação veicular. Em “Inteligência Artificial e Gestão por Dados”, especialistas apresentaram como a IA pode otimizar a gestão e a operação dos serviços de transporte coletivo. Foram discutidas tendências globais e aplicações emergentes, como sistemas preditivos para manutenção de frota, monitoramento em tempo real de viagens e integração de dados para aprimorar a oferta de horários e rotas. Também ganharam destaque as novas tecnologias de bilhetagem digital e sistemas inteligentes de transporte (ITS), incluindo pagamentos via PIX e QR Code, que trazem mais agilidade, segurança e comodidade para os usuários.

Já no painel “Inovação Tecnológica Veicular e Transição Realista”, o foco foi a redução de emissões e a adaptação gradual da frota nacional a energias mais limpas. Representantes do setor abordaram as diferentes realidades regionais e os desafios para implantar soluções como veículos elétricos, híbridos e movidos a biocombustíveis. O debate reforçou que a transição energética no transporte público precisa considerar viabilidade econômica, infraestrutura de recarga e manutenção, além de políticas públicas que incentivem investimentos sem onerar os usuários.

Foto: Robson Cesco

Para além dos painéis, os estandes contaram com inúmeras empresas mostrando as soluções mais inovadoras e eficazes para a melhoria do transporte público. A Empresa 1, por exemplo, que está no mercado desde 1997 e trouxe a bilhetagem digital para o Brasil, apresentou o avanço dessa tecnologia no país com tecnologias que reduzem custos operacionais para as operadoras, melhoram a coleta de dados sobre a operação e aumentam a eficiência geral do serviço. Com a crescente demanda por conveniência, a Empresa 1 também destacou a adesão ao pagamento digital, via aplicativos ou PIX, que cresce a cada ano. Adicionalmente, as tecnologias apresentadas contribuem para uma maior segurança, melhor gestão, governança e transparência no transporte público.

“O Seminário NTU é essencial para fortalecer o diálogo entre os diferentes atores do transporte público e mostrar como a tecnologia pode ser uma aliada decisiva para transformar o setor. A inovação em bilhetagem digital, com pagamentos via PIX e QR Code, traz mais agilidade, segurança e comodidade para os usuários, além de otimizar a operação para os gestores e empresas. Investir em tecnologia significa avançar na qualidade do serviço, garantindo conforto e segurança tanto para o passageiro quanto para os operadores. Acreditamos que essa é a direção para um transporte público moderno, eficiente e sustentável”, reforça Marcos Marciel, CEO da empresa 1.

Perspectivas e soluções

Durante os debates, a colaboração entre poder público e setor privado foi apontada como fundamental para a eficiência do sistema. “O transporte público é resultado de um trabalho coletivo entre o poder municipal e os operadores contratados. Na operação diária, essa colaboração entre setor público e privado é fundamental para garantir a eficiência e a organização do sistema. Estamos aqui reunidos justamente para buscar soluções que promovam a melhor usabilidade do transporte e, ao mesmo tempo, assegurem a sustentabilidade do serviço”, destacou Luiz Carlos Mantovani Néspoli, superintendente da ANTP.

A necessidade de mais investimentos e infraestrutura foi defendida por Rubens Lessa, presidente da Seção de Transporte Rodoviário de Passageiros da CNT: “Corredores exclusivos para ônibus e sinalização eficiente são essenciais para oferecer um transporte público de qualidade. Observamos uma queda de cerca de 40% no número de passageiros desde 2017, o que evidencia a urgência em ampliar investimentos e infraestrutura, sem que o ônus recaia exclusivamente sobre os usuários e prefeituras”.

Para Ogeny Pedro Maia Neto, presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, a aprovação de um Marco Legal é prioridade: “Esse marco deve promover a convergência e a construção conjunta do melhor sistema, garantindo segurança operacional e estabilidade para os gestores, por exemplo, assegurando que as tarifas sejam justas e que mudanças de governo não comprometam contratos já firmados”.

O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, apontou que “as cidades precisam de soluções de curto, médio e longo prazo. Discutir mobilidade é pensar em uma gestão eficiente e sustentável, que deixe de ser um gargalo para o trabalhador, que perde horas no seu dia a dia. Não é mais viável que os custos da mobilidade sejam arcados apenas pelos usuários ou subsidiados pelas prefeituras. Precisamos avançar para um sistema único de transporte, pois não podemos suportar esses custos sozinhos”. A capital mineira está com PL na câmara municipal para aprovação de Tarifa Zero para todos os habitantes da cidade. Se aprovado, será a primeira capital no Brasil a oferecer o benefício de forma 100%.

Fábio Damasceno, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Transporte e Mobilidade, ressaltou que “quando o transporte público for tratado como investimento pelos gestores públicos, teremos um sistema muito mais eficiente. Não se trata de um gasto com ônibus, mas de um investimento em melhores condições para a população, que reflete diretamente na qualidade da mobilidade urbana”.

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, destacou a importância de políticas de gratuidade: “Ao contar com a frota menos poluente do Brasil e já recuperar os números anteriores à pandemia, precisamos pensar em um transporte integrado que olhe para o futuro. É essencial investir em um sistema ‘vai de graça’, onde oferecemos infraestrutura e logística necessárias para atrair mais usuários ao transporte público”.

De modo geral, o Seminário Nacional NTU 2025 mostrou que a chave para um transporte público de qualidade reside na integração de soluções. Os painéis destacaram o papel decisivo da tecnologia na melhoria da experiência do usuário e da gestão operacional. Paralelamente, o debate sobre transição energética e o Marco Legal reforçou a necessidade de um planejamento de longo prazo que combine sustentabilidade ambiental e estabilidade regulatória. A convergência desses temas demonstra que a transformação do setor é um processo contínuo, que exige investimento, inovação e, acima de tudo, um compromisso conjunto para garantir que o transporte público se torne um motor de desenvolvimento social e econômico no país.

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